Nossas Crenças

Acreditamos na auto-organização, no caos e na incerteza como fontes de transformação, na inclusão do observador no observado e na relatividade da construção das realidades. 

Acreditamos no diálogo como uma experiência de fertilização recíproca, na conversa entre as ciências e na própria ciência como uma construção social, portanto geradora de um conhecimento relativo dentro de um contexto social datado. 

Acreditamos na beleza generativa do diálogo que encara as interseções entre as pessoas como novos espaços que ampliam as possibilidades. 

Acreditamos na inclusão das várias vozes presentes, nas articulações das diferentes histórias, nos enlaces que vão acontecendo e vão constituindo redes de conversas e gerando coordenações do conhecimento num dado grupo num dado momento. 

Acreditamos e trabalhamos no processo, portanto, valorizamos o que é espontâneo e imprevisto, o que é singular em cada experiência, o que é sempre particular. 

Acreditamos que o acontecer humano não está pautado no pensamento moderno da ciência, nas leis gerais, na previsibilidade, nas regularidades ou nas certezas, mas navega no oceano aberto das ambiguidades e dos paradoxos, do incerto e inusitado na inacabada e delirante nau dos sonhadores. 

Acreditamos no lugar do terapeuta como um colaborador, não um especialista; como um co-construtor de espaços reflexivos de ampliação de realidades. 

Acreditamos que o processo terapêutico é um encontro humano reflexivo que expande o campo dos possíveis e abre espaço para o novo e o até então impensado. 

Acreditamos na ênfase às narrativas das múltiplas vozes envolvidas construindo e reconstruindo significados, possibilitando novos sentidos à experiência, ampliando mundos e redescobrindo o mistério da fecundação. 

Acreditamos na auto-referência, que a percepção sempre parte de nós, que nos compomos através de nosso entrelaçamento no mundo: não falamos sobre as coisas ou as pessoas mas, sim, com elas a partir dos movimentos que compõem a nossa história. 

Acreditamos na superação das verdades estabelecidas e das buscas universais, enfatizando a importância particular do encontro entre as pessoas como gerador de fertilidade na composição de momentos sempre únicos que fazem da improvisação o único caminho possível diante do desconhecido momento futuro que nos espreita a cada agora. 

Acreditamos que a noção de auto-referência nos liberta da busca de verdades absolutas na medida em que inclui a noção de pré-conceito como pré-conhecimento, como tijolos a serem moldados no cimento dos encontros, permitindo ao terapeuta integrar sua própria pessoa como instrumento de trabalho. 

Acreditamos que o diálogo seja um “versar com” o outro, uma poiese que se dá no terreno inter-relacional do espaço tecido entre as pessoas, mediado pela linguagem e gerador das histórias que vão ampliando o mundo e criando redes onde havia isolamento, pontes onde havia muros, esperança quando nada mais parecia fazer sentido. 

Acreditamos que a linguagem não é inocente: podemos buscar a palavra para achar o pensamento e perder as certezas; para tocar sem ferir; para iluminar o caminho quando o outro se encontra perdido; para aproximar quando as distâncias aumentam; para aliviar, quando a pele está em carne viva; para acolher o movimento e dançar junto. 

Acreditamos que construímos nosso lugar no mundo, a maneira como nos vemos a nós próprios e quem nos tornamos a cada momento na relação com os outros. 

Acreditamos em uma ética relacional horizontal onde todos precisam ser ouvidos, onde todos os envolvidos contribuem com seu valor e sua autoria para o que está sendo compartilhado. 

A partir destas crenças, o Instituto Sistemas Humanos nasce e cresce dentro da corrente do pensamento pós-moderno dentro da Terapia Familiar.